maio 29, 2014

8 ou 80

Fazer faxina e organização completas ou fechar os olhos e não ver a sujeira da casa?















Fazer as unhas maravilhosamente ou deixar as garras em petição de miséria?

















Maquiagem completa com tudo que tem direito ou sair de cara lavada e olheiras ao vento?




Estudar pra tirar um dez na prova ou deixar pra última hora sem estudar nada e morrer no desespero?






Dieta exemplar todos os dias durante séculos ou cair de boca e meter o pé na jaca?





















Malhar religiosamente seguindo à risca o plano do personal ou ficar jogada no sofá vegetando?






Ser super social, antenada, descolada, sair e curtir ou me isolar em casa?




Pow, desde pequena luto com esse padrão de comportamento. Me policiando mesmo. Ou tudo ou nada. Ou tá bom ou tá ruim.
Difícil ficar no meio termo..

High heels and treadmills

Link para motivação:

Keli Kryfko perdeu 45kg e se tornou miss, após bullying

Isso me faz pensar na frase de Sartre:

Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim

Voltando à Keli, aqui o blog dela:

High Heels and Treadmills





maio 28, 2014

Além do Peso



Olha gente, eu odeio televisão. Ainda mais tv aberta. Chato demais, prolixo demais. Eu sou meio TDAH.
Meu negócio é todo online.
E esses programinhas insuportáveis de auditório em fim de tarde? Suicídio mental.
Só que hoje, sabe Deus por que ( Deus? destino? coincidência? ) eu liguei justo na Record. Pasmem.
Imaginei que naquele horário só ia achar Márcia Goldschimdt ( olha o tempo que não vejo tv!! ), aqueles programas de tiro, desgraça e corpo estendido no chão, ou algum filme tipo A Lagoa Azul, Curtindo a Vida Adoidado ou Gremlins.
Mas eis que vejo um gordinho(zão) num treino militar tentando subir uma parede. No início achei engraçado e fui ficando. Sabe quando a ficha não cai?
Daí eu vi a Fabíola.


Foi reconhecimento à primeira vista.
Gente, era eu !!
Tipo físico muito parecido, idade igual, altura igual, jeito de falar, as frases, o tamanho de roupa, peso inicial quase igual, comida como recompensa.
PQP!
Comecei a chorar ( depressão ajuda né? ). Me vi ali, sofrendo com ela, tendo esperanças com ela.
Vi a menina correndo, saltando e pensei ´ah pra entrar nesse programa devem fazer vários exames e só entra quem tem joelho bom e tal´
Aí logo depois ela falou dos joelhos dela que doem..
Zorra....
Eu chorava, às vezes ria, foi nascendo uma vontade de fazer também.



Esperança, welcome again.

Daí fiquei vendo o programa todo.
Vi a parte que eles provavam as roupas que há 4 meses não cabiam e eles tinham o sonho de usar.
Impressionanteeeeeeeeeeeeeeeeeeee.
Estimulante.
Libertador.
Tive até a impressão de ver que o David tava usando a aliança no polegar.

Na hora decidi usar isso de muleta, de apoio, de inspiração. Whatever.
Quero esse estímulo.
P-R-E-C-I-S-O
E quando eu tava começando a lamentar que isso provavelmente seria semanal, eis que o Britto Junior diz que vai mostrar a roupa da Angel amanhã.
Ohhh maravilha.
Doses diárias de estímulo.
YES YES YES


Vídeo dos participantes provando as roupas

Retomando os trabalhos

Então vamos lá:

Cheguei de viagem há 1 mês. Só que fiz uma grande merda.
Eu tava me sentindo tão bem, tão disposta depois de uma banho de cultura, paisagens lindas, educação exemplar, qualidade de vida invejável e alegria por ter caminhado tanto e todos os dias sem botar o bofe pra fora que... parei de usar o antidepressivo...


No início achei que era TPM. Irritação, cansaço, inchaço, indisposição..
Mas a menstruação não veio e de repente me dei conta da situação.
Tava comendo demais, saindo de menos, triste demais, irritada demais, culpada demais, impaciente demais, enrolando demais, dormindo mal e, como não podia deixar de ser, engordando de novo.
Tomei coragem e me pesei (96kg)
Oh céus... Não não não. Que merda, mil vezes.

Depois de chorar as pitangas resolvi agir, mesmo através das lentes cinzas da depressão.
Fui vivendo um dia de cada vez, sem me cobrar nada além das coisas mais urgentes.
Voltei a tomar a medicação há 10 dias.
Segunda tomei coragem e liguei pra minha fisio. Retorno ao pilates amanhã.
Continuo comendo muito, ansiosa, indisposta, mas pelo menos já sinto uma vontade forte de melhorar.
E pra completar, vi hoje o reality da Record Além do Peso.

Gente.... o que foi aquilo?
Mas isso já é outro post.

I´m back II


Então eu voltei da Europa...e.... tcham tcham tcham  tchammmmmmmmmmmmmm

A pergunta que não quer calar
A dúvida que tira o sono de tantos
O pensamento diário de um gordo
O assunto eterno do inconsciente

Voltei da viagem pesando quanto???

94,5kg !!!




Pára tudo!!
E lá 94,5kg é motivo pra comemorar??
É sim agonia! Significa que não engordei na Europa. No dia em que embarquei estava com 95,2kg.
Tá bom pra vc??? 

abril 16, 2014

Europa

Quem já veio ao Velho Continente sabe o quanto transporte público é caro (e eficiente!). Resultado, principal meio de locomoção?


Tou caindo em tentações alimentares, é claro, mas procurando aquele bom senso de comer o que REALMENTE quero, e observar quando meu corpo aceita parar, respeitando isso.
Desconfio estar um pouco mais magra, mas aqui não é como no Brasil onde você em entra numa farmácia e se pesa. Estou curiosa pra saber meu peso. Justo eu que me pesava diariamente.
Mas é bom pra mudar um pouco o hábito.


abril 07, 2014

Como é difícil vestir uma meia-calça!!


Vestir ou calçar uma meia calça?
Whatever..
Nos preparativos pra viagem, desencavei 2 meias que comprei para usar na última vez em que fui à Europa (2008).
Ufa, não vou ter que comprar. Será que cabe?





Se eu tinha achado que vestir o maiô era uma sessão de contorcionismo, não sabia o que me aguardava.
No final fiquei com os culotes garroteados e seriamente preocupada com minha circulação sanguínea. Que a meia subiu, subiu, mas se desse um pum, já era.

abril 04, 2014

Torcicolo

Hoje acordei travada.
Nem é bem um torcicolo porque pegou todo meu trapézio esquerdo.



Que merda viu?
Volta e meia eu travo um músculo, especialmente das costas ou pescoço. Tem um específico na parte interna da coxa que também me chateia. Não sei se é o psoas ou o sartório.



















E os estalos? Toda crocante. Especialmente o quadril.
Aliás, os joelhos são os campeões da percussão articular.
Hoje, mais do que nunca, senti saudades da minha fisio. Várias vezes fiquei tentada em ligar pra ela, com suas mãos de fada.
O que me barrou?
A vergonha de que ela me veja mais gorda do que há 2 meses atrás.
Pura e simplesmente.
Ou seja, comer dor, por vergonha.

abril 03, 2014

Caminhada

Após um cochilo de tarde senti uma vontade súbita de sair um pouco, de caminhar (!).
Juro. Sem pretensão nenhuma de fazer exercícios, tonificar, acelerar o metabolismo blablabla.
Só sair.
Aproveitei para testar um tênis que pretendo levar na viagem.


Adistar Boost. Super recomendo.

Das outras vezes que caminhei, os joelhos reclamaram muito, mas principalmente, doía demais nos músculos tibiais. Tinha que parar de tempos em tempos.
Tentei vários alongamentos e não melhorava até que veio a TPM, me desanimei, parei com a dieta e com os exercícios e não retomei mais.
Não contei o tempo do passeio de hoje, e nem a distância. Só observei as coisas e meu corpo.
Às vezes quando penso em fazer algo (exercícios, dieta, tratamento de pele, por ex.) eu crio um roteiro extenso e complexo de opções e logística (na minha cabeça), buscando o ideal. O plano é ótimo mas se torna inatingível, demandando tanto esforço que acabo deixando pra depois.
Hoje, depois da caminhada, me veio logo o pensamento: ´todo dia eu vou sair nesse horário pra caminhar´.
Onde tá o erro?
No dia que eu não for, fico com um LOSER bem grande na mente.



Hoje eu fui caminhar. Amanhã eu irei? Não sei..
Whatever

Inventário


(respirando fundo)
  • 36 anos
  • 98,1kg 
  • 1,65m 
  • IMC 36
  • Tamanho 50-52 ou XG
  • Culotes gigantes, que doem
  • Barriga grande
  • Bunda grande
  • Peito grande
  • Muita celulite por todo o corpo. muitos nódulos nos culotes e bumbum
  • Dobras nas costas
  • Sobras nos braços, abaixo axilas, papada, entre coxas, nos joelhos
  • Hernia lombar
  • Condromalácia joelhos
  • Bruxismo


Viagem

Daqui uns dias vou pra Europa passar um mês. Dentro de todas as coisas que penso, o que pesa MAIS tem tudo a ver com peso:
quanto vou engordar lá?
Misericórdia. Se aqui já está complicado...





Ontem tava sentada assistindo uns videos e passando as mãos nas minhas coxas por um tempão. Essa é a parte que mais me incomoda. Não é só a estética. Meus culotes doem muito. Sensação de peso, de congestão. As roupas ficam me garroteando. Muito ruim mesmo.
Mas o pior(!) de tudo é que com o tempo a pessoa vai acostumando com o mal estar e entra na zona de conforto, de novo.
Eu saí dessa zona agora que estou em casa. Como disse antes, meu peso (que já era muito) tava estável e nesses 2 meses engordei muito (em torno de 6kg). Aí vem aquela sensação de inchando, aumentando dentro da pele, indisposição, peso nas pernas, e a temida culpa.
Ontem quando tava sentindo as nodulações das minhas coxas, consegui visualizar perfeitamente como o organismo vai botando camadas de gordura ao redor dos músculos. É como pegar tiras de espuma e ir forrando um pedaço de madeira, camada por camada Senti isso de forma tão clara, tão intensa.
Admirei muito a natureza por encontrar esse jeito tão prático e perfeito de armazenar energia, mas principalmente tive raiva, pena, pressa e uma estranha serenidade.
Olhando pro meu corpo pensei:

´Meu peso agora é: o meu corpo, mais o que está armazenado no meu fígado, o que está correndo no meu sangue, o que está guardado no meu estômago e o que tem na geladeira e nos armários da casa´




É mole?
Bizarro.
Disgusting.


Hoje de manhã acordei enjoada. Não náusea, enjoo de vomitar. Era um enjoo, um enfado, uma falta de vontade. Quis me limpar por dentro, sei lá.




Ainda comi uns biscoitinhos de queijo e um sanduíche de presunto e queijo. Não é dieta. Simplesmente não estou com vontade de comer. E água, muita água.
Pra quem tava comendo uma pizza grande entre o almoço e o jantar, tá otimo. Sem falar nos muitos pacotes de salgadinhos, biscoitos recheados e afins.
Engraçado que meu paladar ficou pervertido já que historicamente não faço questão de doces ou coisas gordurosas.
Como eu retenho litros e litros de líquido, meus rins hoje estão ocupadíssimos. Nos últimos dias tava fazendo pouco xixi e hoje tou correndo pro banheiro direto. Quando dá a vontade é de vez. Se não for logo vai dar merda.





Vou ver como me sentirei (e como agirei) nos próximos dias.
A Europa me preocupa.

abril 01, 2014

março 31, 2014

Dor desviada ou dor de viado





(nada de homofobia, gente!!!!)
Era assim que eu conhecia na infância essa dor que aparece embaixo da costela quando a gente faz esforço e ri ao menos tempo, ou fala muito.
Sabe quando a gente brincava de baleado na rua? Então...
Aliás, eu adorava. E era ótima!
Que saudade do tempo em que eu fazia balé, vôlei, nadava, andava a cidade toda.. tudo ao mesmo tempo. Nem percebia o esforço que era tudo isso. Muito bom mesmo.

Mas voltando...
Eu fui fazer o aquecimento na piscina (andar de frente, de costas e de lado) e a funcionária da minha sogra queria conversar. Daí, ficamos falando um pouco, rindo, até aí normal.
Quando parei, e fui efetivamente nadar, olha a tal da dor aí!
Fiquei primeiro puta da vida. Lógico.
Tinha ido até a casa da minha sogra num horário estratégico ( sem quase ninguém ), já tinha me contorcido pra entrar no maiô, já tinha enchido o cabelo de cloro, e não ia poder nadar direito?
Sacanagem!
Depois fiquei tentando entender o motivo da dor. Quais as explicações e o mais importante: como acabar com ela?
Tentei respirar fundo.Impossível. Vinha logo a pontada!
Fiquei fazendo bolhinha na borda da piscina ( lembra das aulinhas de natação?)
Fiquei boiando e vendo as nuvens.
Nada da dor passar. Só cedeu um pouco, é verdade.
Resolvi nadar mesmo assim, devagarzinho, pra não perder a viagem e o estímulo.
Nadei pouco e tal.
Paciência.
No dia seguinte quebrei outro paradigma: fui nadar mais tarde. O povo da casa já tinha chegado. Fiquei morta de vergonha mas só minha sogra (com quem me dou super bem) entrou na piscina. Foi bom vencer mais essa etapa.
Mas não deixo de odiar a idéia de alguém passar e ver minhas banhas e celulites balançando embaixo da água.

Depois disso só fui nadar hoje (de novo com minha sogra). Rendimento péssimo.
Pudera, continuo engordando né?




ENTÃAAAAAO!!! Ainda não falei...
Meu lance de comer tudo e tentar relaxar funciona em partes. O peso diminui e aumenta mas tou menos angustiada com algumas coisas.
Estar engordando, sentir as roupas me garroteando, sentir as pregas dos braços roçando nas pregas debaixo das axilas, sentir o pescoço tocando pelos lados, sentir as coxas embolando uma na outra.. Tudo isso me dá um quase pânico.
Por outro lado, é libertador não pensar ´vou comer logo tudo hoje porque amanhã começo a dieta´ e no dia seguinte não começar coisa nenhuma, ou começar o quebrar no almoço. Culpa culpa culpa.
Sei que a longo prazo minha estratégia dará certo (I HOPE!). Ouvir o corpo. Não me cobrar tanto. Relaxar.
O problema é que ainda insisto em comer quando percebo estar cheia, e bla bla bla. Sei como fazer, não faço.
Mas estou mais atenta. Creio que com o tempo irei me respeitar mais e tornar esse respeito algo natural.
Um exemplo foi hoje no mercado. Fui com uma vontade enorme de comprar Cheetos. Cheguei lá só tinha Doritos e Ruffles.
O que teria feito em outros tempos? Comprado um dos dois (ou os dois!), é claro !
Não, não comprei nenhum. Me respeitei.
É isso que quero.
Uma mudança mais profunda. Algo mais concreto.
Hoje na piscina, quando me senti cansada e indisposta, desejei estar melhor fisicamente. Desejei estar mais magra pela funcionalidade. Foi um querer diferente. Não sei explicar. Uma coisa mais ´normal´.

Vamos dizer que eu emagreça e fique com IMC correto (amém! amém!). E aí? Como vou manter?
Me privando a vida inteira? Sofrendo? Me sentindo limitada?
Pode ser viagem da minha cabeça. Pode ser que os benefícios de atingir a meta tão sonhada sirvam de combustível para essa manutenção.
Mas.... será?
E os altos índices de insucesso??? E porque sempre falam que emagrecer é fácil (hahaha), o difícil é manter?
Sei não...
Meu feeling agora é buscar algo mais profundo mesmo.
Enquanto isso, procurar relaxar, me distrair, quando comer algo, realmente saborear e aproveitar que quebrei o tabu da piscina!




março 24, 2014

A dieta do meu namorado

Meu namorado, que é magro, come absolutamente tudo, a qualquer hora, em qualquer lugar, em qualquer quantidade.
M-A-R-A-V-I-L-H-A
Paraíso não?
Ele consegue ter meia dúzia de pacotes de biscoitos abertos ao mesmo tempo pela metade (ou até mesmo com só um restando).
Ele come por amostragem. Um pouquinho de cada coisa. Chega a perder até a validade.
Ele varia bastante. Saboreia tudo.
No final das contas nem come tanto assim, se satisfazendo muito mais.
Acho que ele detém a sabedoria da alimentação.

Quem é gordo geralmente acha impossível abrir um pacote de qualquer coisa e não comer tudo.
É a lei do 8 ou 80. Tudo ou nada.
Tem mais: algumas vezes eu abro alguma comida e penso de forma até inconsciente :´amanhã começo a dieta então vou comer tudo agora pra depois não ter tentação´.
É claro que isso não vai dar certo,  né?
Uma vez eu li em algum lugar orientações sobre dieta dizendo algo assim:

Coma tudo que quiser, na quantidade que quiser. Mas só o que você realmente quiser

Será que tudo que eu como eu realmente quero? Será que estou ouvindo o meu corpo? Observando meu estômago satisfeito ou não? Confundindo sede com fome?
Gula tem tudo a ver com essa surdez.
Quantas e quantas vezes eu fui no mercado aqui perto e comprei bobagens por impulso (a maior derrota é ir com fome pras compras)? Quantas vezes acabei comendo tudo que comprei na intenção de, sei lá, dar conta de tudo? Acho que quem passa por isso vai me entender.
Quantas vezes terminei a comida toda do prato, mesmo satisfeita, só pra não deixar sobrando?
Multiplique isso por anos e dá muitos quilos a mais.

Meu namorado consegue deixar um pedaço de 3cm de qualquer coisa no prato.



- Ué amor, porque você não comeu isso?
- Porque não quero mais...

Simples assim...

Ele consegue guardar meia bolacha reacheada. É tão incrível ver aquele biscoito mordido e guardado pra depois...

O cúmulo foi quando encontrei meio brigadeiro na geladeira!!



Ele consegue avaliar o fim da fome de forma super precisa. Uma calibragem impressionante.
Ele deveria ser estudado. A verdadeira cura da obesidade.
Quando eu crescer quero ser assim !

Mesmo eu comendo pouco de cada vez (sou uma beliscadora, lembra?), acaba sendo mais do que poderia (ou precisaria). Quilos a menos, portanto.
E esse molhinho que fica no prato...? Ow meu Deus. Não consigo deixar. Meu prato sai tão limpo que a pessoa até fica na dúvida se tem que lavar ou não.




Ter um namorado assim é bom e ruim. Bom porque me inspira. E ruim porque imagine o tanto de tentações que tenho pela casa...

março 22, 2014

Agentes do Destino

Mudando de assunto:



Adorei !!
É ótimo ver um roteiro diferente do habitual.
Ótima mensagem.
Ótima Emily Blunt. Excelente Matt Damon.
Nas (poucas) cenas de dança....Ótima bailarina (que pernas!). Flexibilidade, força, leveza...



Eu simplesmente ADORO movimentos de corpo, as possibilidades que a anatomia permite. Fico encantada.
Quando penso em emagrecer, quando me sinto insatisfeita com meu corpo, é lógico que a estética tem um peso gigante. Mas a (falta de) funcionalidade é o principal.
Ver danças (etc) me deixa animada a me cuidar.

(viajei)

Voltando ao foco: super recomendo este filme!
Pra quem tem Netflix, corra! Já vai sair do catálogo nos próximos dias.

Serenidade

Minha personal deixou um plano de exercícios na água (aliás, meses atrás) e nunca tinha usado. Já vinha namorando a idéia de voltar pra piscina faz tempo mas como em dezembro fiz cirurgia de miopia (LASIK, que eu suuuuuuper recomendo) , precisava de 3 meses longe de piscina ou praia.
Enrola de um lado, enrola do outro, até que: 96kg na balança.
É né? Já deu.


Então ontem fui nadar pela segunda vez. No primeiro dia eu mais que fiquei sentindo a água novamente. Nadei um pouquinho. Fiz uns pedaços das séries da personal e pronto.
Só que ontem resolvi fazer a série toda.
Fiquei com tanta saudade da minha fisio!!! Ela é maravilhosa. Super atenta, amiga, capaz.



Daí, depois da série, nadei um pouco. Engoli água nadando de costas (que saudade que não tinha disso!) e achei super difícil andar na piscina ( de frente, de costas, de lado ) com o pé apoiado todo no chão. Mas foi uma delícia ficar boiando olhando as nuvens. Um silêncio enorme. E ainda tive companhia:



Uma dupla de lavandeiras ficou um tempão na borda fazendo uns rasantes pra beber água. Muito legal mesmo.
Depois fiquei ouvindo as cigarras. Quanto tempo que não prestava atenção nisso! Desde o tempo em que era escoteira (séc XX).

Eu não estou fazendo dieta. Aliás, estou comendo no que classifico nível muita besteira. E eu sempre fiquei naquela de se for fazer exercícios tem que fazer dieta, se for fazer dieta tem que fazer exercícios. 
No 8 ou 80.
Eu sou uma beliscadora. Sou super ansiosa por natureza. Somatizo um bocado. 
Nas épocas de mais ansiedade eu até que consigo fazer dieta perfeitamente por uns 15 dias, e depois vai por água a baixo com o famoso efeito sanfona. Pra ter uma ideia, em 6 semanas que estou em casa eu já fui de 92 para 95 para 91 para 97kg. Os fabricantes de cremes anti-flacidez agradecem.

Diz o ditado que burrice é fazer uma coisa do mesmo jeito e querer um resultado diferente.
Então resolvi só malhar e dane-se o que eu fosse comer. Já que tou engordando mesmo. #wtf 


Total descontrol.
Surpreendentemente (#sqn) eu tenho comido ligeiramente menos. Besteiras é claro. Não me privo de nada. Mas às vezes (bem às veeeeeeeeeezes) me pego pensando quando tou indo pra geladeira ´ah, não tou com fome não´ ou ´essa comida nem é tão gostosa assim´
E, pasmem, perdi 1kg em 3 dias, sendo 700g de gordura.
Vou por esse caminho agora. Buscar a normalidade, a serenidade. Fazer o que me dá prazer. Tendo essa recompensa, a comida vai perdendo espaço.
I hope. I believe.

março 20, 2014

Malhação

Hoje eu malhei.
Malhei bastante. Já comecei na hora de botar o maiô. Fiz uma série complexa de contorcionismos e alongamentos. Além de exercitar minha paciência.
É dose quando até aquele tecido de lycra que estiiiiiiiiiiiiiiiica é pequeno demais pra você...



E nem tudo que fica apertadinho parece tão bonito quanto na Paola Oliveira!

Mas enfim, lá vou eu num mergulho e resolvo já sair nadando peito.



Dei uma viajada e imaginei que tinha 10 anos e ainda fazia natação. Achei que era a época em que o meu professor ficava brigando pra eu sair do fundo da piscina (eu me achava a própria sereia, na concepção de uma criança da década de 80).
A viajada no tempo durou poucos minutos e foi quando comecei a sentir cãimbas e cansaço. Que beleza.
Não, eu não tinha mais a disposição, elasticidade e consciência corporal da infância. Eu tenho muito mais chão (ou água) pela frente do que imaginava. Vou ter que trabalhar muuuuuuuuuuuuito. Muito alongamento, muito condicionamento, muito fortalecimento, muita determinação.

Mas a grande vitória foi que venci um paradigma: colocar roupa de banho e entrar numa piscina depois de tantos anos. Há anos não vou à praia, digo, só de vez em quando de short e camiseta com um livro a tiracolo.
`Não, eu não gosto de sol. Vou ficar aqui na barraca mesmo´.
Cena clássica.

Já estive mais gorda e mais magra que hoje. Apesar do peso, já toquei minha vida e por causa do peso, já deixei de tocar também. Todo mundo sabe que tou assim. Não são 10kg a menos que vão me deixar confortável para usar um maiô. Então, quantos anos mais vou me privar de algo que adoro tanto esperando ficar ´apresentável´? Lembro que minha mãe tinha que me tirar das piscinas ou do mar já de mãos enrugadas e olhos vermelhos. Era uma paixão. Deixou de ser?
Quer saber?

Aderi ao app Foda-se. Conhece?


E agora? II

Minha vontade súbita de escrever aqui veio principalmente de uma angústia que venho sentindo há algumas semanas.
Situação é a seguinte:

1- Saí do emprego há 6 semanas
2- Parei personal
3- Parei analista
4- Demiti a empregada

Como saí do emprego e virei concurseira não é preciso ser muito brilhante pra chegar à essa equação:

Zero emprego + zero salário = corte de gastos

É uma decisão muito perigosa.
Ficar sozinha em casa, a geladeira ali... os armários ali... cheios de guloseimas (meu namorado é uma formiga pra doces), vários mercados aqui pertinho pertinho... Sem empregada pra cozinhar light... Somado á minha total falta de jeito com cozinha (odeio)... Sem personal.... Sem analista.... Sem sair muito... Sem hora pra dormir..Sem hora pra acordar...

Valendo uma viagem na máquina do tempo pra época onde você não tinha celulite nem peito caído e se achava feia !!!

Quem adivinha? Quem adivinha??

Tcham tcham tcham tcham !!!!!

96 lindos quilinhos....


E agora?




( respirando fuuuuuundo)

Ok Ok... Senta que lá vem a história!

10 dez 2012 - coloquei o balão intragástrico (108,9kg)
13 julho 2013 - retirei a querida Dona Redonda  (87,5kg)

Foram 21,4kg a menos. Gente, é uma criança grande. Tirei uma guria de 7 anos de idade de cima de mim!
Como o total a perder eram 40,9kg, (e não 41kg porque gordo que é gordo conta as gramas) eu tava carregando um adolescente espinhento de 1,51m pra lá e pra cá. Não era à toa o cansaço, a indisposição etc etc etc

Minha nutricionista disse que eu fui a primeira paciente dela a tirar o balão comportada. Porque cá entre nós, dá pra enganar o danado direitinho. E nem é só comendo de pouquinho em pouquinho não. Com o tempo dá pra ir aumentando o volume e comer praticamente o mesmo (de antes do balão). Eu sei disso na pele porque um dia meu namorado me viu comendo e, em toda sua calma, falou: ´o balão já era né? ´
Tá certo que eu não conseguia comer uma pizza inteira, mas já estava no meu espaço estomacal normal (280 a 320g) plus um balão de ar.
Daí veio um pânico: E agora??????????? Se eu dilatei meu estômago, então quando eu tirar esse treco eu vou ter mais fome do que antes dele?!! F*deu!
Por causa disso eu adiei a retirada ( eram 6 meses, que é a garantia que o fabricante dá ) em 1 mês. Nesse período fui me disciplinando e cheguei aos 87,5kg acima.
Portanto, foram 21,4 (ah 21,5kg, vai...) em 7 meses. Confesso que a grande perda foram nos 3 primeiros meses do balão. No tempo restante fiquei patinando entre manter e perder um pouquinho mais.

Depois de tirar o balão veio o grande problema da manutenção.
Dois desafios:
1 - manter a perda de 21,5kg
2- perder os 19,5kg restantes, e ainda por cima, manter também!

Poxa, e aquela estatística horrorosa de 60 a 80% de insucesso?? Nããããão. Pra mim não!!!
Gastei mais de 10 mil reais pra engordar de novo?? Não não não !

Resumindo uma longa história, eu consegui chegar a 86,5kg e depois quando saí da nutricionista (por muitas despesas e também pelo cansaço de ir lá toda semana) mantive entre 90 e 92kg por um bom tempo. Não era bem o que eu queria. Muito menos o que eu me cobrava. Mas vá lá. Tá bem melhor que 108,9, né?

I´m back

Então, hoje acordei com uma vontade súbita de escrever de novo. Arrumar os pensamentos. Nem lembrava mais o login e senha desse blog. Tive que futucar um monte de velharias para encontrar.
Relendo os meus poucos posts, revivi de uma certa forma aqueles dias pré/durante balão e lamento não ter escrito mais na época. Foram tantas coisas, tantos sentimentos, descobertas.
Paciência..
Algumas coisas daquele tempo eu ainda quero colocar aqui. Guardar os ensinamentos que tanto procurei pela internet antes de decidir colocar o balão intragástrico. Ensinamentos estes que fui adquirindo na marra. Tomando na cabeça.
E se de alguma forma isso puder ajudar alguém, já fico feliz.
Aliás, olhando as estatísticas de visualizações deste blog fiquei surpresa!!!! Pela completa falta de comentários nos posts achei que ninguém havia passado por aqui. Que era um blog virgem ! ahahaha

Em uma das minhas postagens me perguntei porque as pessoas abandonam seus blogs:

Será que os bem sucedidos querem guardar pra si esse tesouro? Será que muitos mudam tanto a vida que acabam por esquecer que um dia fizeram um blog e acabam deixando ele pra trás esquecido na poeira da web? Ou será que muitos se empolgam tanto, postam fotos, metas, vitórias, e depois acabam por fracassar e ficam com vergonha de dar a cara à tapa?


No meu caso foi pura preguiça.
Ahn, na verdade não é beeeeem assim. É que eu queria escrever tudo bem direitinho, com detalhes, com frequência e como isso não era possível eu ia deixando para depois. Sabe aquele ditado que diz ´o ótimo é inimigo do bom´? Pois é... Eu querendo fazer ótimo, não fazia nem o bom.
E mais uma vez: paciência..
Bora daqui pra frente!

Dona Redonda

(Resgatando esse blog depois de 1 ano achei esse rascunho prontinho e até agora não sei porque não postei na época. Pura distração, eu suponho. Foi escrito em 5 jan 2013.)




Se chama Helioscope.
Dizem as más línguas que tem uma camada de ouro dentro e apita no rx do aeroporto.
Dizem que não pode fazer mergulho a grandes pressões ou voar em aeronave despressurizada.
Pra mim é a Dona Redonda.

Nos conhecemos intimamente no dia 10 dez, após uma sedação profunda, em um procedimento de meia hora. Tava super calma. Tava feliz e tranquila.
Minha cunhada foi minha motorista, acompanhante, babá, amiga e anjo de guarda.
Saí bem da clínica. Sem vômitos, enjôos e sem dor.
Um grande peso no estômago. Sabe quando a pessoa se acaba na feijoada e a laranja é a culpada do empachamento? Bom, eu não sei, mas dizem que é a mesma sensação.
Eu sou uma gorda que não anda em doceria (nem sou fã de doces), não vai em rodízio de pizza, não toma refrigerante, não come carne, odeia comida oleosa e que quando vai no peso sempre leva de 280 a 320g.
Esquisito? Simmmmmm.
Eu sou uma beliscadora. Massa, adoro. Salgadinho, adoro.
Tem um Yokitos difícil de achar. Carinhosamente chamo de Yokitos roxo. São uns palitos de queijo nacho. Nossa! Minha perdição.



Sendo beliscadora, botando carboidrato e caloria vazia pra dentro, cheguei onde estava. No dia do procedimento: 108,9kg.
A sensação de estufamento, empachamento, plenitude exagerada, era algo muito estranho pra mim.
Mas tava preparada pra isso. Me agarrei na idéia de que tudo é adaptável pro ser humano e vivi um minuto de cada vez.
Às vezes eu olhava pra baixo pra ter certeza que o balão não estava fazendo um catombão na minha barriga. Meu Deus, literalmente engoli um boi! Com rabo, patas e chifres.
Respirar fundo, falar muito, movimentos bruscos, tudo incomodava.
Pra sair da clínica fizeram um teste com 50ml de água. hahahahaha Aquele copinhozinho de café me custou uns 6 goles pra dar conta de botar pra dentro. Tava muito mas muito cheia.
Fora esses incômodos, tudo ok.
Então fomos pra casa, ficamos conversando, programando o horário das medicações, as comidinhas. E eu pensando ´ah que moleza, tanta ansiedade pra nada, tou ótima, nem preciso de babá pra me fazer companhia´
.....


Mal sabia o que me esperava...



janeiro 05, 2013

Os dias que precedem

Eu tenho um ´diário de bordo´ manual que faço todo dia antes de dormir. No dia 09 novembro escrevi:
Peso: Baleia
How I feel: extremamente desesperançosa, gorda, sozinha, fracassada, inchada

Entre esse dia e a consulta foram 20 dias. Ah! Eu já queria sair do consultório com o balão, se isso fosse algo possível.
Mas enfim, decisão tomada, vamos aos atos.
Fiz logo um monte de exames de laboratório e imagem enquanto aguardava o dia da consulta com o cirurgião.
Encontrei entrevistas com ele na net e ali já diminui minha lista de perguntas.
Meu medo era ele dizer que para meu IMC (quase 40) não adiantava colocar o balão. Que seria melhor a bariátrica.

A consulta foi ótima. Médico super direto, honesto, olho no olho.
´Não adianta botar o balão e ficar no sofá´
Como eu já tinha todos os exames prontos, só faltava o aval da nutricionista para podermos marcar o dia da colocação.
Ah sim, importantíssimo. Eu precisava decidir se queria o de ar (mais caro) ou o de líquido.
O de líquido, mais comum, tinha uma adaptação inicial mais difícil. Sensação de plenitude e também de peso (600g). O de ar pesa apenas 30g. O resultado final era considerado o mesmo.
Então, botar um mais barato com reações piores ou ser mais gentil comigo e botar o mais caro?
Habitualmente eu pago pra ver, quero dizer, procuro enfrentar as piores coisas. E meu lado masoquista  achava que eu merecia sim sofrer um pouquinho....
Mas nos 45 do segundo tempo decidi pelo de ar. Resolvi me fazer esse agrado. Só Deus sabe como essa decisão foi a mais importante que tomei.....
Na consulta com o cirurgião eu já estava com 107kg. Pow, tava me dando nojo já. Nojo de mim.
No dia da nutricionista (4 dias depois) já eram 107,8kg. Nossa Senhora da obesidade mórbida!
Me dá essa balão... me dá! Me dá!

Então, dieta montada. Primeiros dias só líquido, depois papa, e alguns poucos sólidos por 30 dias.
Procedimento marcado para 10 dezembro.

As críticas principais dos amigos foram: ´Você vai fazer isso na época das festas de fim de ano? Deixa passar isso tudo e faz´
Ok..ok... eu deixo passarem as festas, com essa ansidade, com esse metabolismo extraterrestre, com essa fome de tubarão. Aí em janeiro, quando eu for colocar o bendito, já serão 120kg, nenhuma calcinha ou sutiã que sirvam. Vou pra clínica vestida numa cortina de box.

Fiquei numa ansiedade louca, contando os dias pro procedimento, me despedindo das comidas e vendo a parte prática. Foi tudo muito rápido na verdade. Quando deu o estalo da idéia, e depois a decisão, eu não quis perder um minuto sequer. Ficou pouco tempo pra me programar.
O mais urgente era quem iria ficar comigo nos primeiros dias. Meu namorado tava fora de cogitação. Trabalhando, não cozinha nada e não é o perfil dele. Minha mãe mora em outra cidade e viria correndo, voando, se eu pedisse, mas é muito estressada e nesse momento não seria bom pra ela viajar. Aliás, não contei nada pra meus pais e minha irmãs sobre isso. Preferi poupá-los dessa preocupação. Só depois que baixasse a poeira é que falaria tudo.
Pensei, pensei e no final decidi por uma cunhada que havia acabado de sair do emprego e que sabe cozinhar bem. Fundamental uma boa cozinheira pra transformar papas e sopas em algo comível. Eu odeio sopas, odeio papas. Minha boca precisa mastigar, fazer crec crec.

Exames...... ok
Nutricionista ......   ok
Pagamento....   ok
Cunhada boa de fogão..... ok
Compras de verduras e legumes (alienígenas na minha geladeira)..... ok
Dispensa no trabalho.... ok
Pagamento de R$7,5K.... ok
Segredo com meus pais.... ok
Empregada ...... Falta

Faltava agora arranjar uma empregada para trabalhar em casa já que em muitos e muitos anos só tive diarista.
Mas, o que tem a ver uma empregada com um balão? Tudo !
De que adianta botar um balão, perder peso, e depois voltar pra mesma rotina de chegar em casa tarde, cansada, e comer qualquer coisa? Detalhe: eu e o respectivo somos inimigos da culinária.


24 horas antes do procedimento iniciei dieta líquida, sendo que o  primeiro líquido a adentrar meu estômago tinha que ser uma coca-cola. Meu esposo disse hummmmmmmm. Eu disse arrrrrrrgh.  
O-D-E-I-O refrigerantes.

Era um domingo, minha amiga queria ir no shopping. Lá vamos nós. Eu no suquinho, vendo todas aquelas MILHARES de opções e tentações..
É moça.. Vai se acostumando viu?
12 horas antes do procedimento era hora de mais uma coca-cola. Oh Jesus! Não sabia que o sofrimento já começava tão cedo.
E a coca-cola foi o último alimento(?) que vi durante horas.
Daí em diante, dieta zero ou a famosa dieta da luz.

E o MEDO/PÂNICO/PAVOR de acordar de madrugada e comer?
A porta da cozinha não tem chave, então botei uma cadeira atrás da porta (por dentro) e duas cadeiras na frente. Já pensou eu comer e não poder botar o balão?
Ah sim, esqueci de dizer que há meses vinha acordando 2 a 3 vezes por noite para comer. Só que em alguns momentos eu era meio sonâmbula. Quando via já tava na frente da tv com um pacote de biscoitos, ou um pão com Nutella na mão.
Estando tudo sobre controle:
Fui dormir ansiosa, feliz e com fome.


Fotógrafo faz ensaio para exaltar beleza de mulheres obesas mórbidas

Desculpe, mas a única beleza que vejo é a coragem dessas mulheres
















janeiro 02, 2013

And the winner is...

A real é que eu sempre achei cirurgia de redução, passar zíper na boca, botar balão no estômago, ou qualquer coisa do gênero, o fim da linha. O fundo do poço.
Coisa pra acomodado que quer tudo fácil ( e que mal há nisso?) ou pra fracassados, losers.
Quando me vi cogitando, digo, considerando PRA VALER, fazer algo do tipo, me senti a mais incapaz, fracassada, derrotada das obesas.
Fazer uma cirurgia, botar um balão, é assinar um atestado de incompetência !!!

Logo eu que sempre me senti capaz de controlar a comida quando eu quisesse...sempre achei que era só a motivação que faltava.... que um belo dia tudo iria começar a mudar.
EI! Isso parece papo de quem bebe ou fuma, que se convence e tenta convencer os outros de que tem o controle.
E no final dá no mesmo.
Qual a diferença? Fumar, beber, comer.... são atos orais, repetitivos, altamente associados à ansiedade, prejudiciais à saúde física e mental.
Um dia o pulmão reclama, o figado reclama, ou o corpo todo reclama.
Obesidade parece coisa de preguiçoso, desleixado. E no fundo no fundo é o que sempre achei. Sempre concordei que sim, eu podia fazer melhor, eu podia fazer diferente, podia mudar o jogo.
Talvez amanhã.. ou depois....

Mas, se EU PODIA, porque não fiz?
Será que podia mesmo?
E me sentia desesperada. E se já for diabética? e se já tiver as coronárias entupidas?
Quem mandou ganhar peso tão rápido?

Nessas pesquisas todas vi um slideshare que mostrava os mitos da obesidade.
Obesidade é um defeito de caráter, um defeito do controle da fome e da gula.
Bingo ! Tava falando de mim!
Foi difícil aceitar que é um mito.
Foi libertador, uma maravilha aceitar que é um mito!
É uma doença gente, uma doença. A culpa não é 100% minha!
Que alívio...

Passado esse processo todo.. com análise, irritação, choro, desânimo, muita comida e alguns quilos a mais depois, decidi aceitar que a medicina tem os recursos e eu posso e mereço usá-los para combater essa doença ( e todas as outras que ela traz na bagagem ). Porque não?
Meu coração já queria o balão. O caráter não-mutilador dele me atraía. Era como uma segunda chance sem ter que arrancar um pedaço de mim, que, infantil, não era capaz de me conter ( olha o mito ainda rondando ).
Ok, era caro demais.
Ok, era temporário e o risco de ganhar tudo de novo, muito grande.
Ok, meus amigos médicos discordavam ( faz logo a bariátrica! )

Mas meu coração tinha a certeza de que eu iria ser diferente das estatísticas. Que eu iria perder peso e manter a perda após retirar o danado.
Ingenuidade? Ilusão?? Tava me enganando? Sendo condescendente?

Muitas sessões de psicanálise depois... ok ok.. tou preparada, motivada, consciente e decidida.
É você balãozinho, o escolhido do meu coração, ops, do meu estômago.
Vocês dois ficarão juntinhos por vários meses..

janeiro 01, 2013

Matchpoint

Quase 20 anos brigando com ela. Ou melhor, com eles.
Balança e espelho.
Aquela guerra fria, sabe? Uns períodos eu ganhava...em muitos outros a balança vencia e o roupa preta ia ficando sempre na minha moda.
Ela ( a balança, não a moda ) apontando com seu ponteiro cruel ( alguém ainda usa ? ) a realidade.
E o espelho? Onipresente, onisciente.
Pior ainda é o espelho que fica na memória. Mais cruel ainda. Mostra detalhes que nem o microscópio duvida.
Enfim, um carma.
Milhares de locais que deixei de ir por culpa, vergonha, não ter roupa, não saber como me comportar. A eterna fuga das fotos. O kit completo do obesity-drama
Páginas em branco de um livro que nem foi escrito.
Até aí a mesma história de 99,99% de todos os obesos ( nomezinho feio esse!)
Até que de repente:


 BUUUUUUUUMMMMMM!!!!


O metabolismo deu a louca!
Meio quilo... 1 kg... 1,5kg por semana !Nossa Senhora da Diabetes, socorro!!!
Resultado, aquela sensação de pele esticando, roupa encolhendo, mal estar, em full speed, uncontrolled!
OK OK
Pode ser stress....
Vai nessa! Como se desliga esse botão? E enquanto isso, no reino dos adipócitos........
Tireoide! Só pode ser essa safada !
Exames.. nada.... nem um colesterolzinho pra botar no paredão.
A culpa foi daquilo que todos negam: FOOD e BUNDA NO SOFÁ.
Só que agora aquela história de ´vou me organizar e fazer a bendita reeducação alimentar ´ não cola mais. É caso de urgência seu dotô!!!

Opção 1 : Parar de comer.
Beleza. Vai dar certo, assim como deu para todos que já tentaram e engordaram o dobro depois.

Opção 2 : Ir na nutricionista, matricular na academia, mudar os hábitos, bla´blá blá.
ACORDA CRIATURA!
Você teve 20 anos pra fazer isso, em ganho de peso lento (ladeira acima como um trio de axé), e não fez!! Agora que tá subindo em X-Games mode você acha que vai funcionar? hahahaha Entra no mesmo SPA do Papai Noel que ele te dá forças.

Opção 3: Assumir (se conformar) e ser um gordinha feliz....
Preciso comentar essa opção miserável?
Aliás, vou comentar. Acredito sim que existem pessoas obesas e felizes. Quero dizer, felizes EM SEREM OBESAS. Não duvido de nada mais nessa vida.

Opção 4: Fazer a cirurgia bariátrica (que agora é moda. Soube até que tem menina de 14 anos engordando pra ganhar a cirurgia aos 15!)
Ai, mutilação, cirurgia, centro cirúrgico, riscos, pós-operatório, suplemento o resto da vida... Não era algo que eu queria cogitar.
Aliás, já havia cogitado, porém para um futuro beeeem distante (anos-luz, de preferência).
Sei que é uma cirurgia cada vez mais segura, etc e tal. Mas, tava guardadinha como última opção. Caso de vida ou morte mesmo.
E ganhar 10kg em 3 meses, ficar diabética, hipertensa, não ter mais calcinhas pra vestir não se enquadra em risco de vida?!!
Quase..quase...
Até porque, só a parte das calcinhas é verdade.

E, eis que surge, lá no fundo da memória, a lembrança de um tal balão que botavam na barriga da pessoa e ela não tinha fome. Onde foi mesmo que vi isso? Como a gente guarda coisa nessa cabeça hein?
Vamos lá Dr. Gugol. Balão...balão...hummmm.. parece bom... só um detalhezinho aqui bobo sobre 60 a 80% de insucesso..
Vários amigos médicos depois, o veredicto: Fazer a bariátrica logo é mais fácil. E outra, o plano cobre.

( ricocheteando no meu cérebro)
Balão, é caro. Bariátrica, sai mais em conta.
Balão, ganha o peso de novo em muitos casos. Bariátrica, também ganha, só que em menor porcentagem de gente.
Balão, faz com sedação, meia hora, não leva ponto. Bariátrica, anestesia geral, UTI, pós-operatório chato.
Balão, volta logo pra vida normal. Bariátrica, tem um tempo de molho maior.
Balão, perde em média 13kg. Bariátrica, perde mais.
Balão, é reversível. Bariátrica, não